17 novembro 2008

Por que os bancos abrem tarde e fecham cedo?

Os horários restritos do atendimento bancário se devem, segundo o Banco Central e a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), às outras atividades que as agências precisam realizar sem a presença de clientes. No Brasil, a lei diz que, em condições normais, os bancos devem abrir ao público das 10h às 16h (nas capitais) ou das 11h às 16h (em outras cidades), de segunda a sexta-feira. Em situações extraordinárias – como na crise energética de 2001 e 2002 –, o horário bancário pode ficar mais apertado ainda. Aí, as agências atendem entre 12h e 15h. Os bancários geralmente chegam uma hora antes de as portas abrirem e ficam até duas horas após o fechamento. Ou seja, uma jornada de sete a oito horas.
Os representantes dos bancários têm outra versão para explicar esses horários. De acordo com o sindicato da categoria em São Paulo, eles ocorrem porque há poucos funcionários. "Na última década, a categoria caiu de 800 mil para 400 mil trabalhadores, empurrando os clientes para o atendimento automático", afirma a assessoria de imprensa do órgão. Os sindicalistas reivindicam a abertura das 9h às 17h, como ocorre na Inglaterra. Lá, o processo automatizado permite aos funcionários chegar 15 minutos antes de o banco abrir e ficar meia hora a mais quando fecha. Já na França, todos os bancos param entre 12h e 13h30 para o almoço. E em Israel abrem até de domingo, mas fecham às 12h às sextas-feiras e em véspera de feriados.

DAS 9h ÀS 10h
1. Caixas e tesoureiros contam e separam o dinheiro; abastecem seus caixas e os caixas de atendimento eletrônico. Caixas checam a correspondência e dão procedimento aos pagamentos e devoluções. Gerentes compensam cheques
2. Gerentes e caixas auxiliam ainda os carros-fortes a tirar e colocar o dinheiro nos cofres

DAS 10h ÀS 16h
1. Gerentes cuidam das contas e outros assuntos que não podem ser resolvidos nos caixas (contratos, empréstimos, investimentos etc.)
2. Caixas atendem o público e registram todas as transações em seus computadores

DAS 16h ÀS 18h
1. Gerentes efetuam abertura e encerramento de contas, venda de produtos via telefone, finalização de contrato, investimentos e outros assuntos de relacionamento com clientes
2. Caixas fazem a contabilidade de seus postos, pagam DOCs, devolvem cheques, trabalham nos malotes deixados por empresas, efetuam os depósitos vindos de caixas automáticos e preparam as correspondências para enviar no fim do expediente

02 novembro 2008

Estudo afirma que muito café pode diminuir os seios das mulheres

Segundo o site da 'BBC Brasil', o consumo de café em excesso pode provocar uma diminuição no tamanho dos seios de algumas mulheres, afirma um estudo na Suécia. Tal diminuição ocorre por conta de uma variação genética que atinge, aproximadamente, metade das mulheres entre as que tomam três ou mais xícaras de café por dia e não usam pílulas anticoncepcionais.
A pesquisa foi publicada na revista científica 'British Journal of Cancer', onde pode-se ler que a mutação genética seria a responsável pela relação entre o consumo de café e o tamanho dos seios por afetar os hormônios femininos.
Uma das explicações oferecidas pelos cientistas é de que o café contém estrogênios que afetariam diretamente o funcionamento dos hormônios das mulheres, causando um impacto no tamanho dos seios.
Para a coordenadora do estudo, Helena Jernstrom, da Universidade de Lund, na Suécia, "beber café pode ter um impacto grande no tamanho dos seios". No entanto, os pesquisadores alertam que as mulheres que bebem café não precisam se preocupar porque a diminuição não é repentina e não fará com que os seios percam todo o volume.

Como foi feita a pesquisa

Os pesquisadores analisaram 300 mulheres que não tomavam pílulas anticoncepcionais e não tinham histórico de câncer. Entre elas, 50% possuíam a variante genética. Durante dez anos, estas mulheres responderam questionários periódicos sobre consumo de café, uso de contraceptivos e hábitos como o fumo, por exemplo.
Além disso, os pesquisadores mediram os níveis hormonais e o tamanho dos seios das mulheres. Os seios foram medidos como se fossem pirâmides multiplicando o tamanho da base e das laterais para indicar o volume.
Ao final da pesquisa, os cientistas puderam notar que as mulheres que tinham a variação genética e tomavam uma quantidade moderada ou alta de café (pelo menos três xícaras por dia) apresentaram uma diminuição no tamanho dos seus seios.

Antibióticos: entre o bem e o mal

Substâncias que destroem ou inibem o metabolismo de microorganismos, os antibióticos representam uma importante força no combate a infecções, sendo receitados por cirurgiões-dentistas em diversos casos. Mas seu uso indiscriminado pode dar origem a bactérias resistentes ao fármaco, e tanto o paciente quanto o profissional de saúde precisam estar atentos aos riscos que o abuso da substância acarreta.
Doenças causadas por vírus, como gripes e resfriados, não podem ser tratadas com antibiótico, já que o fármaco atua em nível celular e os vírus não possuem células. A antibioticoterapia só é indicada em casos de complicações bacterianas dessas doenças, como pneumonias, sinusites, otites, meningites, amidalites ou faringites bacterianas, além de outras doenças não relacionadas ao sistema respiratório.
Devido ao alto grau de automedicação em países onde medicamentos são vendidos amplamente sem receitas, a cada dia bactérias adquirem mais resistência a antibióticos, dificultando tratamentos e agravando quadros de infecção. Muitas vezes, antibióticos são receitados com mais freqüência do que o necessário, o que também colabora com o surgimento de bactérias resistentes ao medicamento.

Indestrutíveis

A resistência a antibióticos já foi considerada um dos principais problemas da saúde em termos mundiais. Durante a última década, quase todos os tipos de bactérias têm ficado mais resistentes ao tratamento com antibióticos quando ele é necessário. Essas bactérias resistentes aos antibióticos podem se espalhar rapidamente. Um micróbio resistente a muitos remédios pode tornar o tratamento da infecção impossível.
A programação do evento foi elaborada com o objetivo de proporcionar ampla atualização aos cirurgiões-dentistas pesquisadores, professores e especialistas reunidos para tratar dos caminhos da Periodontia e da Cariologia no século 21. Além da antibioticoterapia, estão entre os assuntos pautados o efeito do tratamento periodontal no controle do diabetes, diagnóstico em Periodontia e novas opções de tratamento.

29 outubro 2008

IRPF sem quebrar a cabeça

Receita Federal implantará em dois anos modelo em que contribuinte recebe o formulário já pronto, com valores. Os 24,2 milhões de contribuintes brasileiros não vão mais precisar quebrar a cabeça na hora de preencher a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física. No prazo máximo de dois anos, eles vão passar a receber o formulário já pronto, incluindo o valor do tributo a pagar ou a restituição a receber, seguindo o modelo já usual do temido fisco norte-americano e recentemente implantado no Chile.
O sistema será alimentado com informações fornecidas por seus parceiros comerciais, entre prestadores de serviço, imobiliárias e cartórios. Seu único trabalho será confirmar os dados ou fazer pequenas modificações, se necessário. A novidade foi divulgada por Marcos Mazoni, diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Embora a Receita Federal do Brasil tenha evitado se pronunciar sobre o assunto, o corpo técnico em Brasília participou da primeira reunião do ano para discutir o Imposto de Renda para 2009.
A mudança virá já na gestão da nova secretária da Receita, Lina Vieira, que assumiu o posto. Janir Adir Moreira, vice-presidente da Associação Brasileira de Direito Tributário (Abradt), calcula que a medida trará uma redução substancial na malha fina. 'A Receita já monitora todos os passos do contribuinte brasileiro e não há mais como omitir uma informação de rendimento na declaração. Se ela já tem todos os dados nas mãos para fiscalizar, porque não ajudar o contribuinte?', observa.
Ele acredita que o procedimento irá poupar trabalho ao contribuinte e não irá induzi-lo a erro, já que as informações serão em boa medida repassadas por ele próprio e em seguida conferidas antes de dar o OK. Atualmente, o contribuinte ou o contador indicado por ele tem por hábito recuperar os dados lançados na declaração de IR do ano anterior e salvar no novo arquivo, acrescentando uma ou outra alteração. É diferente do que irá ocorrer no futuro, quando as informações serão fornecidas à Receita por terceiros. 'Quando o contribuinte compra uma casa na praia e registra em cartório, o cartório hoje já emite uma declaração que irá alimentar o banco de dados da Receita.
O mesmo irá ocorrer quando prestou ou pagou por um serviço, comprou ou vendeu ações, ou trocou o carro', lembra Moreira. 'É uma via de mão dupla. Hoje quem já tem certificação ou assinatura digital no Brasil tem acesso a todos os dados da sua conta corrente fiscal. Ele consegue saber se alguém declarou qualquer valor a ele', afirma.
(Estado de Minas - Economia - Sandra Kiefer, 08/08/08) Nota do Clipping: Este assunto também foi veiculado na seguinte fonte: Diário do Nordeste/CE

Matéria enviada por: Maria Santana

27 outubro 2008

O segredo do biscoito

Cientistas britânicos descobriram por que as bolachas quebram na embalagem. Utilizando raios laser, eles perceberam que o frio faz surgir pequenas rachaduras. Elas se formam porque um fluxo de umidade contrai o interior e expande as bordas, criando uma tensão. Cai mais um grande mistério da ciência.

O que é azeite virgem?

Quando o assunto é azeite, existem vários graus de virgindade. Em linhas gerais: quanto mais preservadas forem as características aromáticas da azeitona, mais virgem será o azeite. Para regulamentar a produção industrial, o Conselho Oleícola Internacional (associação dos produtores de azeite) adotou uma classificação por critérios objetivos. Segundo essas regras, o azeite é virgem se for extraído por métodos físicos (a azeitona pode ser espremida ou aquecida), nunca com agentes químicos. A acidez desse produto se mede pela concentração de uma substância chamada ácido oleico: se ela for igual ou inferior a 1%, o azeite pode ser rotulado como extravirgem. Entre 1,1% e 2%, o óleo é classificado simplesmente como virgem. Entre 2,1% e 3,3%, é chamado de azeite virgem comum – coisa que não se encontra por aqui. Se a acidez é superior a 3,3%, o azeite é impróprio para o consumo e precisa ser refinado. Assim, digamos, ele perde a virgindade. Como o azeite refinado perde o aroma de azeitona, ele geralmente é misturado a um pouco de azeite virgem: surge, então, o produto rotulado como azeite de oliva, sem adjetivo algum.
Como surgiu o costume de pintar as unhas?

As primeiras unhas pintadas surgiram provavelmente na China, por volta de 3 000 a.C. As cores do "esmalte" estavam relacionadas com a posição social do indivíduo – homem ou mulher. Durante a dinastia Chou, no século 7 a.C., apenas os membros da família real podiam usar uma pasta dourada ou prateada na unha – as cores reais mudariam mais tarde para vermelho e preto. Ao redor do ano 30 a.C., pintar as unhas era moda também entre os egípcios, que mergulhavam os dedos em tintura de hena. Mulheres das classes menos favorecidas só estavam autorizadas a pintar as unhas com tons claros.
No reinado de Cleópatra, por exemplo, só ela podia usar vermelho para colorir sua unha. Desobedecer à ordem dava punição severa – às vezes, até morte.
Os primeiros esmaltes eram feitos de uma mistura de goma arábica, cera de abelha, clara de ovo e gelatina. Hoje, o esmalte é uma variação da tinta usada em pintura de carros. "Antes da década de 20, costumava-se passar óleo nas unhas e depois lustrá-la, hábito que indicava status", afirma Mitsuko Shitara, professora de história da moda da Faculdade Santa Marcelina.

23 outubro 2008

Que mico, heim?

Em época de campanha, candidatos dão bom dia até para manequim de porta de loja.

18 outubro 2008

Quem fuma ouve mal


40% das pessoas habituadas ao cigarro queixam-se de zumbido no ouvido.

Não é novidade que os fumantes apresentam mais riscos de contrair infecções respiratórias, câncer e doenças circulatórias. Um estudo recente feito pela fonoaudióloga Carolina Pamplona Paschoal, da Unifesp, revelou que o ouvido também é afetado pelo cigarro.

A pesquisa contou com a participação de 144 indivíduos, 72 fumantes e 72 não fumantes de ambos os sexos e com idades que variavam entre 20 e 31 anos. Foram considerados fumantes os indivíduos que fumavam mais de cinco cigarros pode dia e por um período superior a um ano. Entre os fumantes avaliados, a pesquisadora constatou que 40,3% apresentavam queixas de zumbido na audição. O índice é quatro vezes maior quando comparado ao resultado das pessoas que não fumavam. As queixas deste grupo ficaram na margem de 11%.

Além disso, exames de audiometria detectaram prejuízos na audição de fumantes. De acordo com a pesquisadora, a disfunção coclear (ausência de sons gerados dentro da cóclea) foi notada em 13,9% dos usuários de tabaco. A cóclea é um pequeno órgão no ouvido humano que amplifica o som quando necessário e converte as vibrações acústicas em sinais elétricos que o cérebro lê e interpreta como sons , explica Carolina. O índice de disfunção coclear entre os não fumantes foi de apenas 2,8%.

A análise dos dados estatísticos mostrou ainda uma forte relação entre dose e tempo de tabagismo com as alterações auditivas. Isso significa que os indivíduos que fumavam mais e por mais tempo apresentavam mais alterações do que aqueles que fumavam menos e por menos tempo . Segundo a fonoaudióloga, diversos estudos responsabilizam o tabagismo pelo déficit de oxigenação no sangue, obstruções vasculares e alteração na viscosidade sanguínea. Todos estes problemas podem acarretar um efeito tóxico sobre os órgãos e nervos responsáveis pela audição e pelo equilíbrio.

É importante que os fumantes procurem auxílio profissional quando perceberem qualquer alteração auditiva , alerta Carolina. Ela informa que o zumbido, sintoma mais freqüentemente diagnosticado, é apenas um dos sinais de que é preciso procurar ajuda profissional. Sensação de ouvido tampado e dificuldade para escutar ou entender as palavras também devem ser levadas em conta , completa.

12 outubro 2008

Por que urinamos mais nos dias frios?


Basicamente, porque suamos menos. Tanto a urina quanto a transpiração são meios de o corpo eliminar água e resíduos gerados no processo metabólico (como uréia e creatinina), além de minerais. "No frio, a eliminação pela pele é menor devido à vasoconstrição, ou seja, diminuição do calibre dos vasos sanguíneos que, entre outras coisas, reduz o suor", afirma o médico nefrologista Luiz Estevam Ianhez, chefe do setor clínico da Unidade de Transplante Renal do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Os hormônios que controlam a saída de líquidos pelos rins diminuem sua atividade quando a temperatura ambiente diminui e, além disso, há o aumento do metabolismo, processo que transforma os alimentos em energia e calor. Para manter a temperatura interna normal nessa época, o corpo necessita de mais comida e com isso há maior produção de resíduos a serem eliminados pela via urinária", diz. No calor, urinamos entre 1 litro e 1,5 litro por dia, na média. Essa quantidade pode até dobrar num dia frio. Entretanto, isso varia de pessoa para pessoa, já que o tanto de urina produzido depende bem mais da porção de líquidos ingeridos ao longo do dia, independentemente da estação do ano.

Por que a chama do fogão ilumina menos que a da vela?

A resposta está na cor de cada chama: por ser amarelo, o fogo da vela ilumina mais que o do fogão a gás, que emite principalmente luz azul.
Isso porque o olho humano está adaptado a enxergar melhor durante o dia.
Assim, desenvolveu maior sensibilidade às luzes com cores mais abundantes no espectro solar. "Como o Sol emite muita luz na faixa do amarelo e do verde, os nossos olhos também são mais sensíveis a estas cores", afirma Cláudio Furukawa, professor de física da USP.
Outro fator para enxergarmos pouco a chama do fogão é que a luz azul se dispersa com facilidade pelo ar, enquanto a amarela permanece concentrada por mais tempo. "Vemos a luz azul do fogão somente quando olhamos diretamente para a chama, pois ela se espalha pelo ar com mais facilidade. A luz amarela dispersa menos e pode chegar facilmente às paredes, de onde é refletida para os nossos olhos", diz Wagner Figueiredo, físico da Universidade Federal de Santa Catarina.

06 outubro 2008

Se a mulher vive mais, por que se aposenta antes?

Porque a lei brasileira considera que toda mulher realiza trabalhos domésticos paralelamente à vida profissional. No Brasil, a mulher vive em média 72 anos e pode se aposentar aos 60; a expectativa de vida masculina é oito anos mais baixa, mas a idade mínima para se aposentar é de 65 anos. Faça as contas: na média, o homem morre um ano antes de se aposentar. "Na década de 70, quando foram definidas as idades mínimas para a aposentadoria, a legislação brasileira considerava que toda mulher fazia jornada dupla", afirma o advogado Otávio Pinto e Silva. "Se, com as atuais reformas da previdência, a idade para se aposentar de homens e mulheres continua diferente, é porque permanece entre os legisladores a mentalidade da dupla jornada de trabalho", diz. Porém, a necessidade de a mulher repousar mais que o homem não tem uma razão médica.
"Não há um componente de saúde envolvido na resolução de uma lei como essa", diz Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo. "Provavelmente, se a igualdade dos sexos progredisse no Brasil, a expectativa de vida se igualaria", afirma. Direitos iguais, riscos iguais.

Faz diferença assar a pizza no forno a lenha?

No forno a lenha, a madeira em combustão exala vapores aromáticos que se impregnam na pizza – em outras palavras, a pizza fica levemente defumada. Em comparação com os fornos caseiros a gás, a lenha tem uma vantagem adicional: a temperatura. "Enquanto o forno da sua casa fica em torno dos 300 graus, com a lenha obtemos uma temperatura constante de 550 graus", diz o pizzaiolo Hamilton Mellão Jr., da pizzaria I Vitelloni, em São Paulo. Assada mais rapidamente, a massa fica crocante por fora e macia por dentro. No entanto, é possível reproduzir ou até superar essa temperatura em equipamentos profissionais que não usam madeira. "Há fornos elétricos ou a gás que atingem temperaturas de até mil graus. O que importa é o que sai na fumaça. Diferentes tipos de lenha fazem pizzas com gostos diferentes", afirma o físico Leandro Tessler, da Universidade Estadual de Campinas.
"No Brasil, o que mais se usa é eucalipto de reflorestamento, enquanto na Itália o normal é aproveitar galhos de carvalho que caem das árvores. O gosto certamente muda", diz Mellão Jr. Qual delas seria a melhor? Para Mellão, a italiana. "O carvalho é usado em barris para envelhecer uísque e conhaque. Precisa dizer mais?"

Como podem os EUA ter uma base militar em Cuba?

Instalada há mais de um século no litoral cubano, a base americana de Guantánamo subsiste porque é um vespeiro em que ninguém quer mexer. Para os Estados Unidos, convém mantê-la como uma afronta ao regime castrista; para Cuba, comprar uma briga seria suicídio. Guantánamo voltou ao noticiário em 2002, quando recebeu supostos membros da Al-Qaeda e do Taleban, presos no Afeganistão, mas a importância real da base está em baixa. "A presença em Cuba é pura questão de força política", diz o cientista político João Roberto Martins Filho, do Núcleo de Estudos das Forças Armadas da Universidade Federal de São Carlos. O professor de relações internacionais Günther Rudzit, do Núcleo de Análise Interdisciplinar de Políticas e Estratégia (Naippe) da Universidade de São Paulo, concorda. "A atuação militar americana é tão grande que eles não precisariam mais da base, que tem pouca capacidade de operações."
A base foi estabelecida pela Marinha americana em 1898, durante a Guerra Hispano-Americana. O último acordo, assinado em 1934, estabeleceu o arrendamento por tempo indefinido da área de 116 metros quadrados na baía de Guantánamo, que só voltará ao controle cubano por consentimento mútuo. Como Estados Unidos e Cuba raramente concordam, a possibilidade é pequena. Por esse "aluguel", o governo americano deposita numa conta 4.085 dólares anuais, mas Fidel Castro se recusa a sacar o dinheiro desde 1959.
A base de Guantánamo já teve grande importância para os americanos. "Até antes das guerras mundiais, o Caribe era estratégico para os planos de desenvolvimento do país. Depois, a Guerra Fria serviu como motivo para a base permanecer lá", lembra Rudzit. Apesar das contestações, nunca houve uma tentativa de desocupação. Ao deixar de ser uma colônia espanhola, Cuba passou a depender economicamente dos EUA e não havia interesse em bater de frente com os novos parceiros. Após a Revolução Cubana, a ilha se alinhou aos soviéticos, a quem não convinha uma guerra contra os Estados Unidos por causa de Guantánamo.
"Com o fim da Guerra Fria, acabou também o sonho de expulsar os americanos. Os cubanos ficaram sem nada e não representam perigo", afirma o pesquisador do Naippe.

Como é fabricada a seda?

O fio de seda é fabricado do casulo da lagarta de diversas mariposas. A mais comum é a Bombyx mori, bicho-da-seda da amoreira, que responde por 95% da produção mundial. A sericultura moderna é mecanizada, porém o processo de produção é basicamente o mesmo há 5 mil anos. A descoberta da seda pelo homem é repleta de lendas. Para Confúcio (551-479 a.C.), a honra coube à imperatriz Hsi-Ling-Shi, em 2640 a.C. Enquanto saboreava o chá da tarde, um casulo do bicho-da-seda teria caído na bebida fervente; a imperatriz percebeu que, amolecido, o casulo poderia ser desenrolado, formando um fio. A lenda é tão fantasiosa que pode até ser verdadeira.
Os chineses tiveram exclusividade na fabricação da seda por três milênios! Ciente do valor comercial do tecido que pode ser usado em dias quentes ou frios, o governo chinês proibiu a exportação de ovos de mariposas e sementes de amoreiras, condenando à morte os traficantes. Os europeus só desvendaram o mistério em 552, quando o imperador romano Justiniano enviou alguns monges à China, em missão de espionagem. Na bagagem, os supostos religiosos esconderam ovos de bicho-da-seda dentro de bordões de bambu. Constantinopla tornou-se o primeiro centro de seda da Europa. Nos séculos seguintes, a sericultura disseminou-se por todos os continentes.
No Brasil, as primeiras amoreiras foram plantadas em Minas, por ordem de dona Maria I, a Louca, que reinou de 1777 a 1792, quando foi declarada mentalmente incapaz. Mas a produção de seda teve início apenas no Segundo Império. Explica-se: em 1703, Portugal havia assinado um tratado com a Inglaterra obrigando suas colônias a importar tecidos ingleses, o que protelou o surgimento da indústria brasileira. A sericultura nacional só se desenvolveu a partir do final da Segunda Guerra Mundial. Mas o país correu para recuperar o tempo perdido. Atualmente, o Brasil é o quarto produtor mundial de um mercado ainda dominado pelos chineses, produtores de quase metade da seda comercializada na Terra.

1. Gosto de amora
Para produzir seda é preciso uma árvore (a mais usada é a amoreira), porque o fio é secretado pela larva de uma mariposa que deposita seus ovos em folhas de árvore. Essa larva é o chamado bicho-da-seda

2. Casulo de saliva
A "baba" do bicho-da-seda, que tem uma substância chamada sericina, é usada para tecer o casulo. Em condições naturais, a larva dentro do casulo se transformaria em mariposa

3. Da baba ao fio
Os casulos são removidos da árvore e postos para secar. Depois eles são cozidos (com o bichinho vivo lá dentro). O cozimento mata a larva e amolece a sericina, tornando possível esticar seus filamentos

4. Enrolando
Vários filamentos, unidos pela própria sericina, formam um fio de seda. Para fazer um carretel de linha, são necessários seis ou sete casulos

5. Dar uma corzinha
Os fios de seda são entrelaçados em teares. Eles podem ser tingidos antes ou depois dessa etapa (a seda natural é branca)

01 outubro 2008

Por que assoprar esfria a sopa?

Porque o sopro empurra para longe o ar quente e úmido que paira sobre a superfície da sopa e o substitui por gases mais frios e secos. Isso facilita o escape do calor do prato. O fenômeno é o mesmo em sopas, molhos ou mesmo uma xícara de chá. "Para o físico, a sopa se comporta como a água – o que simplifica o problema", afirma o autor francês Hervé This no livro Um Cientista na Cozinha (Editora Ática). Quando aquecidas, as moléculas de água se movimentam muito rápido. Com tanta energia, algumas conseguem romper a tensão superficial do líquido e escapam na forma de vapor. O ar logo acima da superfície também está aquecido, com as moléculas de nitrogênio, oxigênio e outros gases movendo-se em um ziguezague frenético. O vapor que emana da sopa encontra esse "fogo cruzado" e o choque com outras moléculas devolve grande parte dele para o líquido. Após várias colisões, a temperatura da superfície se equilibra com a do ar logo acima dela.
Com o sopro, o vapor não encara essa resistência e é mandado para longe antes que possa voltar à sopa. Como as moléculas que se tornam vapor são jas mais carregadas de energia, sobram no líquido aquelas menos energizadas – em outras palavras, mais frias.

Qual a diferença de um motor 16 válvulas?

Um número maior de válvulas aumenta a eficiência na queima do combustível. Para que um carro possa andar, ele precisa da energia gerada pela combustão – a reação do oxigênio do ar com a gasolina, o álcool ou outra substância. A "respiração" do motor é determinada pelas válvulas: metade delas controla a entrada de ar e combustível, e a outra metade regula o escape dos gases resultantes da combustão. "Quanto mais ar e combustível no interior do motor, mais intensa é a explosão e mais é energia é liberada. Resultado: mais potência", afirma José Roberto Augusto de Campos, chefe da divisão de motores e veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul, São Paulo. A maioria dos automóveis de passeio é equipada com motores de oito válvulas – quatro de entrada e quatro de saída.
Quando esse número aumenta, o carro pode andar mais. Dobrar o número de válvulas, entretanto, não resulta em um motor com o dobro da potência. Um exemplo: Volkswagen Gol 1.0 com motor de de 8 válvulas tem 65 cv de potência, enquanto seu "irmão" de 16 válvulas tem 76 cv.

29 setembro 2008

Como é feita a cachaça?

A cachaça é o caldo de cana fermentado e destilado. Na fermentação, microorganismos conhecidos por leveduras convertem o açúcar da garapa em álcool. O produto resultante, chamado de vinho (como o suco fermentado de uvas) é aquecido em alambiques para finalmente transformar-se em cachaça.
Na destilação, o álcool evaporado se condensa ao passar por uma serpentina. A primeira parte do líquido que pinga deve ser descartada. É a chamada "cachaça de cabeça", cerca de 10% do volume total, que contém alto teor de substâncias voláteis e faz um estrago danado no organismo de quem a consome. Os próximos 80% são o "coração" da cachaça. É pinga da boa. O restante é "água fraca", com baixo teor de álcool. A cachaça, então, pode ser engarrafada imediatamente ou envelhecer em barris.

Cremes de depilação instantânea funcionam?

Não funcionam tão bem quanto sugerem os comerciais veiculados nos canais de compras. Alguns desses filmes sugerem que a aplicação de determinados cremes arrancam pêlos instantaneamente, sem dor, e deixam a pele lisinha por muito tempo. Não é bem assim. "Ele dura mais ou menos o mesmo tempo que a lâmina", diz a dermatologista Ana Schor. O método é realmente simples. Em geral, as pessoas passam o creme e poucos minutos depois o removem suavemente. Como sua forma de ação é química, há possibilidade de haver alergias. "As empresas não são obrigadas a divulgar a concentração de cada princípio ativo.
Há possibilidade de alguns deles serem fortes demais e causarem queimaduras", diz Ana Schor. Para evitar qualquer problema, o ideal é seguir o modo de usar com exatidão. Uma aplicação prolongada demais, por exemplo, pode agredir a pele. Os fabricantes também costumam recomendar que o usuário faça um teste em uma superfície pequena do corpo para ver se há reação. Em geral, os cremes não devem ser passados em locais muito sensíveis, como o rosto. E, antes comprar um produto, é necessário checar se ele tem registro na Vigilância Sanitária.

24 setembro 2008

Mortadela leva carne de cavalo?

Pode até levar, mas dificilmente você comerá o pernil de um alazão sem saber. A crença popular de que cavalo velho vai para a fábrica de mortadela é pura lenda. No Brasil, a mortadela tradicional é um embutido feito à base de carnes suína e bovina. Sempre que carnes diferentes – como peru ou frango – entram na receita, a lei exige menção na embalagem. "A mortadela é barata, muita gente a considera brega", diz o sociólogo Gabriel Bolaffi, autor do livro A Saga da Comida e entusiasta da mortadela. Segundo Bolaffi, o baixo preço pode ter levado as pessoas a imaginar que o produto é feito com animais de tração "aposentados". A carne eqüina não é consumida no Brasil porque a maioria das pessoas acha a idéia repugnante. Na região de Bolonha, Itália, onde surgiu a mortadela, a carne de cavalo é vendida em açougues especiais. Ainda assim é difícil encontrar mortadela eqüina.
Há um consórcio que estabelece normas rígidas para padronizar a produção do embutido: só levam o carimbo do Consorzio Mortadella Bologna os frios feitos só de carne suína. Produtores que dispensam o aval do consórcio vendem, sim, mortadela de cavalo. E a vendem a preço de ouro, pois, afinal, trata-se de uma fina iguaria.

21 setembro 2008

Por que algumas roupas nos "emagrecem" ou nos "engordam" ?

São ilusões de óptica. O preto – ausência de cor – absorve todas as cores. Como não reflete praticamente nenhuma luz e não projeta sombras, a roupa negra fica livre da impressão de volume e parece deixar o corpo mais magro. Já os trajes claros e de tecidos brilhantes, como seda, causam efeito contrário. O contorno das formas torna-se mais visível pelo reflexo da cor e pela sombra de suas curvas projetadas no próprio pano, parecendo maiores. Em um modelo com uma grande estampa floral ou de bolas, a tendência do cérebro é ver as imagens ao redor – no caso, o perfil corporal – no mesmo formato. Assim toda a silhueta fica redonda.
As listras causam dupla ilusão: as pessoas parecem mais alongadas quando vestem modelos com listras verticais. O inverso ocorre com as horizontais. Isso porque o cérebro tende a ver a continuação das linhas das listras. As listras crescem, a roupa cresce, a pessoa cresce – na horizontal ou na vertical. "O cérebro humano interpreta informações visuais nem sempre contidas na imagem real", diz Antonio Martins Figueiredo Neto, físico da USP.

Os contrastes usados em raios-x e tomografias, como o Celobar, fazem mal?

São substâncias usadas para aumentar a definição de órgãos em exames como raios X, tomografias e ressonâncias magnéticas. Geralmente, essas substâncias são inofensivas ao organismo – pois não são absorvidas – e têm três matérias-primas principais: sais de bário, iodo e gadolínio. Os contrastes à base de sais de bário são ingeridos pela boca e melhoram a visualização de órgãos do aparelho digestivo durante os raios X. "Como o bário é um elemento pesado, o raio X não consegue atravessá-lo. Quando o paciente ingere o contraste, ele ‘pinta’ as cavidades dos órgãos. Sem o contraste, só se veria o esqueleto", afirma Ricardo Guerrini, radiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP.
Um exemplo desse tipo de substância é o Celobar, que ganhou as páginas de jornal recentemente ao causar a morte de várias pessoas e intoxicar outras tantas. Nesse caso, o laboratório Enila trocou o sulfato de bário, base usual do Celobar, por carbonato de bário, que é tóxico. "O sulfato de bário é inócuo, não dá reação alérgica. Por isso o problema com o Celobar nos surpreendeu", diz Ricardo.

Por que é bom quando nos coçamos?

Coçar o corpo pode ser gostoso porque anulamos uma sensação incômoda – a coceira. Nossa pele tem terminações nervosas sensíveis a estímulos químicos (detonados por substâncias) ou físicos (como arranhões, beliscões ou perfurações). Esses receptores se dividem em dois tipos: os de dor e os de coceira. Se sentimos coceira e arranhamos suavemente a pele, são ativados os receptores de dor, o que inibe o prurido. Isso porque, no caminho para o cérebro, dor e coceira trafegam pela mesma via de fibras dentro da medula espinhal, mas não ao mesmo tempo – e a dor tem a preferência nessa "estrada". A sensação também depende da intensidade do estímulo. Pegar pesado demais na coçada pode machucar e doer de verdade.
Entre as principais causas da coceira estão as reações alérgicas, como as que ocorrem com picadas de insetos, ingestão de alimentos estragados ou rejeição a algum medicamento. Essas reações ativam o sistema imunológico e, com isso, há a liberação de uma substância chamada histamina.
A histamina estimula quimicamente os receptores da coceira da pele, causando uma comichão intensa. Dar uma coçadinha de vez em quando faz bem: "Além de aliviar a coceira, esfregar a pele aumenta o fluxo sanguíneo na região e melhora a defesa imunológica da área afetada", afirma a médica Valéria. Entretanto, é bom não abusar, pois coçar demais a pele pode causar infecções secundárias e feridas.

1. PICADA VENENOSA
Ao picar uma pessoa, o inseto injeta nela substâncias tóxicas. Células de defesa chamadas mastócitos percebem o veneno e explodem. Assim elas liberam uma substância chamada histamina.

2. A REAÇÃO DO CORPO
Solta na corrente sanguínea, a histamina provoca inchaço e estimula receptores nervosos, causando a coceira.

16 setembro 2008

Existe um antídoto para pimenta ardida?

Infelizmente, nenhuma substância é capaz de anular imediatamente os efeitos do exagero da pimenta. Água, o remédio mais popular, só adianta um pouco se estiver bem fria, pois as baixas temperaturas adormecem os tecidos da boca. Segundos depois, entretanto, a boca volta à temperatura normal – e o ardido da pimenta ressurge. Isso ocorre porque a capsaicina, substância ativa das pimentas, não é solúvel em água. Em compensação, ela se dissolve razoavelmente bem nas gorduras. Por ser um alimento gordo, o leite integral funciona melhor que água.
O açúcar também tem certa capacidade de combater os efeitos da capsaicina, segundo um estudo conduzido em 1990 na Universidade da Califórnia em Davis. Outra coisa que alivia o ardor da pimenta é o aumento da salivação – isso se consegue facilmente com a ingestão de alimentos ácidos, como limão ou vinagre. Assim, o antídoto mais próximo do ideal deve ser gelado, gorduroso, doce e ácido: da próxima vez que você pegar pesado na pimenta, experimente antecipar a sobremesa e en care um sorvete de iogurte ou uma musse de maracujá. Isso pode aliviar o ardor na boca, mas ainda há o resto do tubo digestivo...

14 setembro 2008

Dá para pedir o dinheiro de volta se o futebol for ruim?

Em tese, sim. Não há lei específica para esse caso, mas o torcedor deve ser entendido como um consumidor. Assim, é amparado pelo Código de Defesa do Consumidor. Teoricamente, o torcedor pode pedir seu dinheiro de volta caso sinta que o serviço não foi bem prestado. Mas como definir a qualidade desse serviço? Na opinião do advogado Marco Pollo Del Nero, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, só o cancelamento e alguns casos de interrupção de uma partida justificam a restituição. "Se eu fosse juiz, não aprovaria alegações subjetivas", afirma. A verdade é que a morosidade e os custos de um processo desencorajam ações desse tipo. O recém-criado Estatuto do Torcedor facilita um pouco as coisas.
Segundo o advogado Carlos Eduardo Ambiel, membro do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo, a partir de agora o torcedor pode recorrer ao ouvidor indicado pela federação antes de procurar a Justiça. Caso a restituição não seja feita no guichê do estádio ou por meio do ouvidor, o torcedor pode entrar com ação em um Juizado de Pequenas Causas ou no Ministério Público. Vale lembrar que, até hoje, não se tem notícia de processos individuais desse tipo.

Qual a diferença entre a pneumonia asiática e a comum?

Pneumonia é o nome dado a vários tipos de infecção nos pulmões. Ela pode ser causada por agentes como bactérias, fungos e vírus. A forma mais freqüente de pneumonia é a bacteriana, também chamada de "pneumonia típica". A versão da doença batizada de SARS (sigla em inglês para "síndrome respiratória aguda grave") também ficou conhecida como pneumonia asiática, devido aos primeiros casos e focos da doença, desenvolvidos na Ásia, sobretudo na China.
A principal diferença entre as duas pneumonias é o agente causador. Na típica, uma bactéria: o pneumococo (Diplococcus pneumoniae). Na asiática, um vírus. Até agora, todos os estudos apontam que tal agente seja o coronavírus, um tipo altamente mutante do organismo, conhecido por causar gripes e infecções em aves e mamíferos. A pneumonia asiática é extremamente nova em humanos – por isso, apesar dos avanços diários da pesquisa científica, ainda se sabe relativamente pouco a respeito da doença. Além do agente causador e de alguns sintomas, as duas formas de pneumonia têm uma diferença essencial: a bacteriana tem tratamento e pode ser curada com o uso de antibióticos. Já a asiática não possui tratamento eficaz contra o coronavírus e até agora nem suas formas de transmissão foram descobertas.

TÍPICA
Sintomas – tosse com escarro, dor torácica, febre alta, fraqueza e mal-estar.
Contágio – a bactéria se propaga pelo ar, mas a doença só se instala em pessoas debilitadas – gripes e resfriados podem evoluir para uma pneumonia. O catarro formado pela infecção no nariz e na garganta espalha a doença para os pulmões.

A pneumonia típica atinge geralmente só uma parte do pulmão, porque na maioria dos casos é tratada a tempo de não se espalhar para outras áreas.
A bactéria Diplococcus pneumoniae atinge o interior dos alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas, e provoca inflamação localizada.

ASIÁTICA
Sintomas – febre superior a 38 graus, dores no corpo, tosse seca e grande dificuldade respiratória.
Contágio – a doença se propaga pelo ar e por secreções. Como algumas formas do coronavírus resistem mais de 24 horas fora do organismo, alguns cientistas crêem que ele possa ser transmitido por objetos. Atinge também pessoas saudáveis.

11 setembro 2008

Por que cerveja faz mais espuma quando é servida em copo plástico?

"Pode parecer estranho, mas isso ocorre porque a água – principal componente da cerveja – molha menos o plástico e mais o vidro", afirma o físico Maurício Kleinke, da Universidade Estadual de Campinas. Faça o teste em casa: encha de água um copo plástico e outro de vidro. Depois esvazie ambos. Você notará que o plástico parece seco, enquanto as paredes do copo de vidro ainda terão uma fina camada de água. Essa película faz a espuma da cerveja escorregar pelo vidro, puxando o colarinho para baixo. Quando despejada em um copo plástico, a espuma da cerveja não encontra essa barreira e pode subir livremente, ocupando às vezes quase todo o espaço que deveriaser preenchido por líquido. Em defesa do plástico, pode-se alegar que o tratamento dado aos copos de vidro é capaz de destruir totalmente um elegante colarinho. "Esses copos muitas vezes são mal enxaguados e contêm resíduos de sabão que inibem a estabilização do colarinho", diz Kleinke.
Vale dizer que a espuma – gás carbônico que se desprende do líquido e fica etido em microbolhas– é muito bem-vinda em quantidades razoáveis. Ela protege a cerveja, pois retarda sua oxidação e impede a perda excessiva de gás.

Você é gago?

Isso pode ser um sintoma de que está em curso uma batalha em seu cérebro: uma disputa entre os hemisférios direito e esquerdo pelo controle daquilo que você fala. Uma pesquisa liderada pelo neurocientista Peter Fox, da Universidade do Texas, mostrou que há uma estreita relação entre casos de gagueira e falhas na lateralização da fala. "Originalmente uma especialidade da metade esquerda do cérebro, a fala é alterada nas ocasiões em que o lado direito resolve se manifestar", diz Fox. Com ordens distintas para que as palavras se articulem e os músculos se contraiam, os comandos se misturam e a pessoa gagueja. O pesquisador Joseph Kalinowski, do Departamento de Ciência da Comunicação e Distúrbios da East Carolina University, pesquisa há 12 anos um remédio para a gagueira. A década de pesquisa culminou com a fabricação de um aparelhinho parecido com aqueles usados por deficientes auditivos. A maquininha, que chama-se Speech Easy, faz o gago ouvir sua própria voz com atraso ou alteração de frequência. Segundo o pesquisador, melhora a gagueira de 50% a 95% em 90% dos casos. Kalinowski sabe do que está falando. Ele é gago.

07 setembro 2008

Por que fechamos os olhos ao espirrar?

Tudo indica que é um movimento involuntário para proteger a vista. "O ato de espirrar desencadeia uma série de reflexos, como contrair a musculatura do rosto ou abrir a boca. Ao fechar as pálpebras, provavelmente estamos resguardando a região dos olhos, evitando, por exemplo, que as gotículas de secreção que voam no espirro atinjam a mucosa ocular", diz o otorrinolaringologista Richard Voegels, da Universidade de São Paulo (USP). Não custa esclarecer de uma vez por todas que espirrar de olho aberto não faz os olhos caírem. Perigoso, isso sim, é segurar o atchim. Calma: não há fundamento nas histórias de que trancar o espirro cause derrames, mas o fato é que o sopro que sai das narinas atinge incríveis 150 quilômetros por hora. Ao impedirmos esse impulso, fazemos com que aumente a pressão dentro do crânio. "Isso pode afetar o labirinto, provocando tontura, ou mandar a secreção para o ouvido, gerando inflamações", afirma o otorrinolaringologista Gilberto Sitchin, do hospital São Luiz, em São Paulo.

31 agosto 2008

Como a fome afeta o organismo?

Quando a pessoa pára de se alimentar, deixa de fornecer ao corpo o essencial: energia garantida pela glicose. Como o ser humano tem sangue quente e precisa mantê-lo assim, todo o metabolismo depende do calor. São necessárias cerca de 1 700 calorias diárias só para manter o metabolismo para a produção dessa energia. Sem as calorias dos alimentos, o organismo automaticamente busca suas reservas, fazendo com que as células capturem e absorvam glicose e carboidratos do tecido gorduroso. Ou seja, o corpo literalmente começa a "queimar gordura" para se manter vivo. Após consumir toda a gordura, resta ao organismo retirar sua energia dos músculos. "O corpo é capaz de transformar sais e proteínas musculares em glicose", diz a nutricionista Mônica Inês Jorge, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP. "Nessa fase, a pessoa perde massa muscular até ficar, como se costuma dizer, pele e osso", afirma.
Com baixos índices de glicose – portanto, sem energia –, o cérebro também vai perdendo a sua capacidade de comandar o corpo. A pessoa sente tonturas, enjôos, náuseas e tem dificuldade para raciocinar. Ao mesmo tempo, quando percebe que tem pouco combustível para manter a máquina humana em atividade, o cérebro começa a enviar sinais para que cada órgão economize energia e passe a trabalhar menos. Resultado: caem os níveis da produção de substâncias fundamentais, como enzimas e hormônios. Na infância, a perda dessas substâncias retarda o desenvolvimento cerebral, com conseqüências irreversíveis. Na adolescência, a queda na produção de hormônios afeta o crescimento do indivíduo. Finalmente, se o organismo usar seus próprios recursos até o esgotamento e a situação de fome persistir, a máquina pára e a pessoa morre.

30 agosto 2008

O que é o chuvisco em TVs fora do ar?

Porque, quando está fora do ar, tudo que a TV consegue captar são ondas eletromagnéticas sem sentido, conhecidas como ruído de fundo. Essas ondas são produzidas por diversas fontes, como o campo eletromagnético da Terra, a radiação cósmica, as turbinas de aviões e as torres de transmissão de eletricidade. Como o sinal da emissora costuma ser bem mais forte que o ruído, a TV geralmente descarta essa informação indesejada. "Mas, quando ela não está conectada, o aparelho interpreta o ruído como sendo um sinal mais fraco, deixando ele passar para o sistema gerador de imagens", diz o engenheiro elétrico Afonso Alonso, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A transformação do ruído em chuvisco tem a ver com a forma como a televisão produz as imagens, utilizando um feixe de elétrons que se choca contra a tela para formar aqueles pontos luminosos.
Quando você seleciona um canal, o sinal traz as informações para que esse feixe se desloque de forma ordenada, varrendo a tela de cima a baixo e distribuindo os pequenos pontos luminosos que formam as imagens que você vê. Já o ruído faz com que o feixe funcione de forma totalmente aleatória.

O que são os spams e como se livrar deles?

Spam é o nome dado para as mensagens que inundam a caixa postal de e-mails com propagandas de sites ou produtos – sem que você tenha solicitado. O nome é uma abreviação inglesa de spice ham, "presunto picante", um enlatado bastante comum nas prateleiras dos supermercados americanos e ingleses. Quem envia essas mensagens recebe o nome de spammer. Geralmente, são usuários da internet que querem vender revistas antigas ou até, em casos mais graves, enviar pornografia infantil ou fazer com que o destinatário entre numa página falsa de banco e forneça informações sigilosas de sua conta corrente. Geralmente eles conseguem o seu endereço na própria rede usando programas que rastreiam a web atrás de tudo o que vem antes e depois do símbolo @ (arroba) ou em listas de malas-diretas de empresas.
Quem sofreu algum dano causado por um spam – e quer ser ressarcido – pode entrar na Justiça. Basta comprovar que sofreu algum prejuízo, por exemplo, por não ter conseguido ler uma mensagem urgente a tempo ou que sofreu algum dano moral. "No Brasil ainda não existe a cultura da denúncia, mas o usuário deve acionar a Justiça", diz o advogado Renato Opice Blum, especialista em direito em internet.

1. Nunca responda a spams que pedem para você responder para cancelar o recebimento de mensagens. Eles fazem isso apenas para confirmar seu endereço e continuar metralhando sua caixa postal.
2. Procure ter uma conta de e-mail apenas para cadastro em serviços online. Existem sites que passam seus cadastros adiante – aí você dança.
3. Se possível, tente cadastrar seu nome e seu sobrenome como usuário da conta de e-mail, de preferência com um ponto no meio (nome.sobrenome).
4. Use os filtros do seu programa de e-mail. Outlook Express, Outlook e Eudora oferecem uns bastante eficientes. Mas não se impressione se continuar a receber novos spams – é que eles vivem alterando seus nomes, justamente para driblar esses filtros.
5. Há programas antispam disponíveis na internet que apagam as mensagens antes de elas atingirem a sua caixa postal. Costumam funcionar, mas é preciso que você atualize os parâmetros sempre que receber spams novos.

29 agosto 2008

O que é o QI?

O quociente de inteligência, ou simplesmente QI, é o mais tradicional sistema de perguntas e respostas utilizado para avaliar a capacidade de raciocínio de uma pessoa. O teste foi criado na França, em 1904, pelo psicólogo Alfred Binet e seu assistente Theodore Simon. O objetivo era ajudar o então Ministério de Instrução Pública francês a dar uma educação adequada às crianças com retardo mental – identificando em que classes elas deviam estudar. Mas foi somente quando o psicólogo norte-americano Lewis Terman aperfeiçoou o teste, em 1916, que o QI virou uma espécie de padrão mundial de teste de inteligência. Geralmente, as pontuações finais do teste variam de 55 a 145. O QI médio gira na casa dos 100 pontos. Abaixo dos 55 identificam-se portadores de deficiência mental e, no extremo oposto, estão os superdotados.
As perguntas procuram detectar se a pessoa é capaz de articular idéias, associar juízos e valores e resolver problemas lógico-abstratos por meio de comparação de figuras geométricas (leia pergunta ao lado), análise de dados e cálculos. Ficam de fora disciplinas como história, biologia e o chamado "conhecimento geral". Atualmente, os psicólogos encaram o QI como apenas mais um fator na avaliação da inteligência. "É que outros dados, como a inteligência emocional, contam muito hoje em dia", diz o neurofisiologista Luís Eugênio Melo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Como funciona a Casa da Moeda?

Único estabelecimento do país com autorização legal para realizar o sonho de qualquer mortal – transformar papel em dinheiro – a Casa da Moeda do Brasil, conhecida pela sigla CMB, faz mais que isso. Localizada no Rio de Janeiro, ela é um enorme parque gráfico protegido como um forte (são três portões de segurança máxima) e equipado com impressoras capazes de confeccionar cédulas, moedas, selos, cartões telefônicos e outros documentos que precisam de dispositivos contra falsificação. A fabricação de dinheiro começa com a compra do papel, que já vem com alguns itens de segurança que as cédulas carregam. Depois, as máquinas da CMB começam a imprimi-lo com cores, imagens e colocam outros dispositivos de defesa contra falsificação (veja infográfico ao lado). Mas, para transformar papel em dinheiro, não basta apenas ter vontade. É necessária uma autorização do presidente do Banco Central que, orientado pelo governo, calcula a quantidade de dinheiro a ser impresso.
O conceito de casa da moeda surgiu no fim da Idade Média com a invenção da máquina tipográfica e do recibo dado para o depósito de moedas de ouro e prata aos ourives (comerciantes de metais preciosos). Com o tempo, os governos se responsabilizaram pela emissão desses recibos – que, rapidamente, ganharam status de dinheiro – e passaram a controlar as falsificações para garantir seu poder de compra. No Brasil, a primeira Casa da Moeda foi instalada em Salvador, em 1694, de onde saia o "Real Brasileiro", conhecido como pataca. "Apesar de ser a única instituição autorizada a fabricar dinheiro no Brasil, a CMB hoje também pode prestar serviços a empresas privadas na impressão de documentos que precisam de itens de segurança", diz Carlos Alberto Carvalho da Silva, coordenador de comunicação social da CMB.

1. O papel que chega na Casa da Moeda já vem com três itens de defesa contra a falsificação: marca d’água a, fibras coloridas b e fio de segurança c.
2. Sobre o papel, são colocadas as microimpressões (essas letras que você só vê com ajuda de uma lupa) d, imagem coincidente e (marcas milimetricamente sobrepostas na impressão) e o desenho da cédula.
3. Na última etapa, a cédula ganha a marca tátil que ajuda os deficientes visuais a identificar o valor f, e a imagem latente g, marca que só aparece quando vista de um ângulo especial .
4. Somente com a autorização do Banco Central, as cédulas podem entrar em circulação. Cabe também ao BC autorizar a substituição das notas deterioradas por cédulas novas.

27 agosto 2008

Como funciona o raio x de bagagem de mão?

É tudo bem parecido com a radiografia que você tira no médico. Ao colocar sua bagagem na esteira, um gerador emite um feixe de raio X que faz a varredura do tipo de material que você está levando. Isso ocorre porque o raio X não atravessa os materiais da mesma forma: ele fica mais concentrado quando se depara com átomos mais pesados, como os do metal, e é menos absorvido por átomos leves, como os do plástico. Para formar a imagem no monitor, o computador interpreta as regiões com menor incidência de raios como mais escuras e vice-versa. O problema desse sistema, usado nos aparelhos mais simples, é que a imagem clara de um explosivo pode ser facilmente escondida pela sombra escura de um objeto de metal.
Por isso, foi desenvolvido recentemente um aparelho que emite dois tipos de raios X, formando duas imagens independentes – uma de alta energia, que ressalta os materiais mais pesados, e outra de baixa, para os mais leves. "Comparando as duas, o computador é capaz não só de separar imagens superpostas, mas de determinar a densidade dos materiais e indicar possíveis explosivos", diz Luiz Góes, diretor técnico da Heimann, uma das fabricantes desses aparelhos. Após os atentados de Nova York, alguns aeroportos internacionais estão adotando um aparelho que usa uma tecnologia semelhante à das tomografias computadorizadas. Depois de uma primeira varredura, o aparelho faz outra, revelando imagens em três dimensões de objetos suspeitos.

Os diamantes são eternos?

Por incrível que pareça, o pequeno diamante encrustado no anel que você deu a sua esposa provavelmente durará, sim, para sempre. "Como são os minerais mais resistentes do planeta, eles só podem ser derretidos quando expostos a uma temperatura de 5.500 ºC", diz o mineralogista Rainer Guttler, professor da Universidade de São Paulo. O problema é que, segundo ele, a atmosfera terrestre nunca chegará nessas condições, mesmo que um enorme meteoro se chocasse contra o nosso planeta e eliminasse todas as formas de vida. "Eles só seriam derretidos se, um dia, a Terra entrasse literalmente dentro do Sol, que tem a temperatura de 5.800 ºC", diz Rainer.

25 agosto 2008

Brasil é o país dos raios

Até o final do verão, quase 30 milhões de raios vão atingir o Brasil, num ritmo frenético de quase três descargas elétricas por segundo. O período entre os meses de outubro e março concentra grande parte das chuvas e dos 70 milhões de raios que atingem o Brasil todos os anos. Esse número faz do país o mais atingido por descargas elétricas no mundo, com mais ou menos o dobro de raios que caem nos Estados Unidos, por exemplo, país com aproximadamente o mesmo tamanho. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que mapeou a incidência de raios a partir das observações feitas pelo sensor LIS (Lightning Imaging Sensor) a bordo do satélite TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission), nos últimos quatro anos. O pesquisador do INPE Osmar Pinto explica que a grande incidência de raios, no Brasil, deve-se ao fato de sermos o maior país tropical do planeta. "As grandes áreas cobertas por florestas e as altas temperaturas fazem dos trópicos o lugar onde mais chove no mundo", afirma.
"Com exceção do Nordeste todas as demais regiões brasileiras são atingidas por grande número de raios", diz Pinto. O Sudeste é o que mais sofre. "Os raios matam cerca de 100 pessoas por ano e os prejuízos financeiros chegam a 500 milhões de reais, causados por estragos em linhas de força e telecomunicações, empresas e propriedades privadas." Segundo o especialista, cerca de 70% das interrupções no fornecimento de energia elétrica no Brasil são provocadas por raios.

23 agosto 2008

O que é a Cleptomania?

O que leva uma estrela do cinema como Winona Ryder, com dinheiro suficiente para comprar o que quiser durante toda sua vida, a sair de uma loja na Califórnia com 5 560 dólares em mercadorias – sem passar pelo caixa? Condenada por roubo e vandalismo, a atriz pode nem saber o que a levou a cometer o crime, mas psiquiatras do mundo todo dão um nome ao impulso de furtar: cleptomania. O distúrbio está relacionado aos comportamentos obsessivo-compulsivos, como os que levam à dependência de álcool ou ao vício do jogo. Especialistas costumam comparar o sentimento pós-furto ao prazer de um dependente químico depois de usar drogas. "A sensação varia de acordo com o estágio do problema", diz Jon Grant, diretor da clínica de Desordem do Controle do Impulso da Escola Médica da Universidade de Minnesota, Estados Unidos. "No início, os pequenos furtos dão prazer durante o ato e depois vem a vergonha e a culpa. Após anos roubando, os cleptomaníacos referem-se ao ato como um hábito.
Eles costumam dizer que roubam para se verem livres do impulso", diz. Ou seja: roubam para não querer mais roubar. "Só um tratamento psiquiátrico, em alguns casos com o uso de medicamentos, pode ajudar um cleptomaníaco a se controlar", afirma Gant.

22 agosto 2008

Porque que velhas máquinas de escrever não causavam tendinite como os computadores?

O motivo é simples: era bem mais difícil datilografar nas antigas máquinas de escrever. Como era preciso retomar o carro ao fim de cada linha, trocar de folha, alinhar o papel e, às vezes, parar para corrigir algum erro com tinta branca, as mãos faziam uma série de movimentos alternados sem sobrecarregar apenas uma única região. Como nos computadores nada disso é necessário, as mãos permanecem sempre na mesma posição aumentando a pressão nos tendões dos pulsos. O esforço repetitivo faz essa pressão se espalhar para os nervos das mãos até que o digitador passa a sentir alfinetadas nas pontas dos dedos, dores nas juntas e formigamento nos braços. Para evitar o pior, os médicos recomendam que o digitador mantenha as mãos retas em relação aos pulsos, usando um descanso para diminuir a pressão sobre o tendão do pulso. É o preço que pagamos para não usar mais aquela horrível tinta de correção.

21 agosto 2008

Por que colocar vinagre na água para cozinhar um ovo impede que a casca quebre?

É uma simples questão de química, embora as vovós provavelmente nem desconfiassem disso ao passar essa dica às netas. Ao acrescentar uma colher (de sopa) de vinagre á água em que se vai ferver um ovo acontece uma reação entre o sal presente na casca do ovo (o carbonato de cálcio, CaCO3) e o ácido acético (H3CCOOH) do vinagre, tornando a casca menos rígida. "Ela é parcialmente diluída e fica mais fina, o que aumenta sua elasticidade e impede que o ovo se quebre", diz o químico Edgard Salvador, professor do Curso Anglo. Quando você fizer essa experiência em casa, vai ver também pequenas bolhinhas de gás formando-se na superfície do ovo: é o gás carbônico, CO2, o outro produto da reação.
Ao cozinhar o ovo sem vinagre, as chances de a casca se romper são maiores. "Durante a fervura, o aquecimento da superfície não é uniforme. Uma parte se dilata mais que a outra, por isso a casca acaba se quebrando", afirma o farmacêutico João Usberco, também do Anglo. O vinagre ainda tem outra utilidade: basta adicionar alguns mililitros antes de colocar a água para ferver e a camada preta que mancha as panelas de alumínio não se forma. Isso acontece porque a água fica ácida com o vinagre impedindo que os sais se acumulem nas laterais da panela.

20 agosto 2008

O que é Interpol?

Com sede na cidade de Lyon, na França, a Interpol é a polícia internacional encarregada de crimes que não se restringem às fronteiras de um só país. Com 181 países filiados, é a segunda maior organização internacional, atrás apenas da ONU, com 191 países membros. Sua importância é cada vez maior com a chamada "globalização do crime" que opera por meio de redes terroristas, cartéis de tráfico de drogas e quadrilhas de contrabando de armas. A organização não pode se sobrepor aos sistemas legais de cada país, nem possui um quadro próprio de policiais ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, seu efetivo é composto de funcionários da própria Polícia Federal. Toda a sua estrutura é mantida pelas contribuições de cada país filiado, de acordo com sua capacidade financeira. A história da organização começa em 1923, quando o chefe da polícia de Viena, Johann Schober, inaugurou na Áustria, junto com outros 14 países, a primeira sede da Polícia Internacional. A iniciativa de Schober vinha tentar coibir a facilidade com que os criminosos da Europa, na época, escapavam da lei ao atravessarem a fronteira em direção a um país vizinho. Quando a Alemanha de Adolf Hitler anexou a Áustria, em 1938 (junto com os arquivos da Interpol), suas atividades foram suspensas. Somente em 1946 a polícia internacional foi recriada, com sede em Paris, onde permaneceu até 1989, quando foi transferida para a atual sede em Lyon. Seu nome oficial é Organização Internacional de Polícia Criminal.

Como funciona?
1. Quando um criminoso foge do Brasil, o escritório central da Interpol no país inclui o nome e as informações sobre o procurado na chamada "difusão vermelha", lista dos foragidos que circula pelos computadores dos escritórios da Interpol nos seus 181 países filiados.
2. Uma vez localizado pela polícia de outro país, o escritório brasileiro pede a prisão preventiva. Se o pedido for aceito, a Interpol no Brasil se encarrega de fornecer à justiça do outro país as informações necessárias para o processo de extradição.
3. Concedida a extradição, os agentes da Interpol no Brasil cuidam da operação de transporte e entrega do acusado à Polícia Federal.

16 agosto 2008

Qual foi o presidente eleito com a maior votação?

O campeão é o americano Ronald Reagan, que venceu a eleição de 1984 com 54.455.075 votos. Em segundo lugar vem Luiz Inácio Lula da Silva, que, no último 27 de outubro, obteve 52.793.364. Já a terceira colocação é difícil de ser compreendida. Na eleição americana de 2000, o candidato democrata Al Gore recebeu 51 milhões de votos – mas quem ganhou a presidência foi o republicano George Walker Bush, que teve cerca de 550 mil votos a menos!
A esquisitice se explica pelo fato de que, no sistema eleitoral daquele país, os eleitores não escolhem diretamente o presidente, embora marquem seu nome na cédula que vai à urna. "O que conta mesmo são os votos dos delegados que compõem o colégio eleitoral", afirma o cientista político Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj). Cada estado tem um número predeterminado de delegados – estados grandes têm mais, estados pequenos têm menos. Quando a maioria dos eleitores de um estado vota no candidato A – e não importa se a diferença de votos for mínima – todas as vagas a que aquele estado tem direito no colégio eleitoral serão ocupadas por delegados que votarão no candidato A. Em 2000, mesmo com mais votos populares, Gore só conseguiu eleger 266 delegados, contra os 271 de Bush, que venceu as eleições.

Como se identifica um cadáver pela arcada dentária?

Pela comparação entre as chapas de raios X feitas pelo dentista do suposto falecido e chapas dos dentes do cadáver tiradas exatamente do mesmo ângulo. Essas imagens são sobrepostas em computador para aferir semelhanças no formato dos dentes e eventuais trabalhos odontológicos, como restaurações, canais, coroas e próteses. "Intervenções como essas são especialmente indicadas para a identificação, pois costumam possuir um desenho geométrico bem definido e diferenciado" afirma o médico forense Malthus Fonseca Galvão, do Laboratório de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal de Brasília. De uma maneira geral, qualquer informação na ficha odontológica da pessoa pode ajudar nessa comparação – principalmente irregularidades como dentes tortos, encavalados ou espaçados. "A soma dessas características é que vai fornecer uma base segura para a conclusão dos peritos", diz outro médico forense, Eduardo Daruge, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
No caso, porém, de o suposto falecido não ter deixado chapas de raios X, resta a alternativa de usar uma foto em que ele apareça sorrindo ou mostrando os dentes de alguma outra forma. Essa imagem é ampliada e sobreposta a uma filmagem frontal do crânio do cadáver, também para comparação do formato dos dentes. Caso não se tenha a menor idéia da identidade do morto, a única informação que a arcada dentária fornece é uma estimativa de sua idade.

Por que o último colocado em um torneio esportivo é chamado de "lanterna"?

A palavra ganhou esse significado na mais importante prova ciclística do mundo, a Volta da França, corrida de 3 300 quilômetros realizada todo mês de julho desde 1903. Nessa competição, o último colocado passou a ser chamado de lanterne rouge ("lanterna vermelha" em francês), em alusão às luzes vermelhas que os trens possuem em seu último vagão – e que os automóveis também adotaram em suas traseiras. "Os trens eram muito populares na virada do século XIX para o XX e isso se reflete na criação dessa expressão", afirma o etimologista Bruno Bassetto, da USP. Devido à fama internacional da competição, chamada oficialmente de Tour de France, a expressão acabou sendo absorvida por outras línguas, como o inglês e o português. "Enquanto Portugal adotou ‘lanterna vermelha’, numa tradução direta, aqui no Brasil a forma consagrada ficou sendo ‘lanterna’ ou ‘lanterninha’", diz outro etimologista, Cláudio Moreno, de Porto Alegre, colunista da revista Mundo Estranho.

O que faz com que alguns sejam destros e outros canhotos?

Tudo indica que a causa seja genética. A evidência mais interessante foi obtida pela observação, por meio de ultra-som, de fetos em gestação: 90% deles chupavam o polegar direito e 10%, o esquerdo – exatamente a mesma proporção de destros e canhotos encontrada na população em geral. Pode haver também influência do ambiente: como os canhotos são minoria, é comum que sejam forçados, na escola ou em casa, a usar a mão direita. "Mas é fácil perceber quando a pessoa é um falso destro. Ela dobra o cotovelo para fora e a mão para dentro, fazendo uma curva como se tentasse usar a mão esquerda", afirma o neurologista Luiz Eugênio de Mello, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Deve ficar claro que não há nenhuma desvantagem em ser canhoto. Basta lembrar os três maiores pintores da Renascença – Michelangelo, Leonardo da Vinci e Rafael; músicos como Jimi Hendrix e Paul McCartney.

15 agosto 2008

É verdade que o chocolate ajuda a combater a pressão alta?

Ainda não foi provado que ele abaixa a pressão – mas, pelo menos, evita que ela suba. "Isso acontece porque o chocolate contém flavonóides, substâncias que estimulam a ação do óxido nítrico produzido em nosso organismo. Esse gás relaxa os vasos sanguíneos, mantendo a pressão arterial baixa", diz o nefrologista Dante Giorgi, da Universidade de São Paulo (USP). A boa notícia foi revelada em fevereiro pelo radiologista Norman Hollenberg, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, depois de estudar a população indígena da ilha de Kuna, na América Central, que ingere cerca de cinco xícaras de chocolate por dia e raramente apresenta pressão alta. Mas não é qualquer chocolate que traz esse benefício. "Os índios o consomem em estado bruto, com altas doses de cacau, semelhante aos chocolates amargo e meio-amargo", afirma Dante. Ao contrário desses dois tipos, a maior parte do produto comercializado leva leite em sua composição, o que aumenta o nível de gordura e reverte o efeito positivo. "Enquanto os flavonóides evitam o entupimento dos vasos, a gordura faz justamente o contrário", diz a nutricionista Monica Jorge, também da USP.

É verdade que cultivar eucaliptos prejudica as reservas de água subterrâneas?

Depende da maneira como a árvore é plantada. O eucalipto exige muita água para sua sobrevivência – por isso, se cultivado de maneira inadequada, pode não apenas secar as reservas de água subterrâneas mais próximas da superfície, os chamados lençóis freáticos, como inutilizar o solo. Isso não ocorre se for seguida a legislação ambiental. "Numa plantação bem manejada, as raízes retiram os nutrientes do solo e os devolvem como matéria orgânica: as folhas secas. Isso recupera a fertilidade da terra, fazendo com que absorva mais água e contribua para o lençol freático", afirma o engenheiro florestal Walter de Paula Lima, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, SP, autor do livro O Impacto Ambiental do Eucalipto. Nas décadas de 70 e 80, plantou-se, no Brasil, muito eucalipto de forma desordenada e ele ganhou má reputação, apelidado de "deserto verde". "Mas não existem espécies malditas, apenas manejo malfeito. O eucalipto não prejudica as reservas de água mais do que outras monoculturas, como cana-de-açúcar ou soja", diz a engenheira florestal Maria José Zakia, do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, também em Piracicaba.