O motivo depende da espécie – e não é demais lembrar que isso não acontece com todas elas. “Há cerca de 35 mil espécies de aranha e o comportamento de muitas ainda é desconhecido”, diz Irene Knysak, diretora do laboratório de artrópodes do Instituto Butantan. A caranguejeira, por exemplo, pode concluir a cópula com a eliminação do macho para servi-lo, 60 dias depois, aos filhotes recém-nascidos. Sim, durante o primeiro banquete de suas vidas os pequenos empanturram-se com o próprio pai. Já a viúva-negra, coitada, pegou fama injustamente. Se o sexo muitas vezes leva seu escolhido ao último suspiro, afirma Irene, é por uma questão acidental: o órgão reprodutor dele pode cair quando é arrancado rapidamente de dentro da fêmea. Em seguida vem a perda excessiva de hemolinfa (equivalente ao nosso sangue) e a morte. A fêmea da Argiope aurantia também seria inocente, de acordo com pesquisadores das universidades de Concórdia (Canadá) e Califórnia (EUA). Há suspeitas de que o macho se suicide durante a cópula, pois fica entalado na fêmea, formando assim um tipo de cinto de castidade e evitando que outros galãs interfiram na sua ninhada. Seus rivais não poupam esforços para removê-lo, mas são raros os que obtêm sucesso.
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