
Essa proibição só fazia sentido até meados da década de 90, quando surgiram as pílulas modernas, de baixa dosagem hormonal. "O problema das pílulas anteriores era que o excesso de hormônios sexuais dificultava a ação da insulina, hormônio responsável pela absorção de açúcar no organismo", afirma a endocrinologista Karla Mello, do Hospital das Clínicas, em São Paulo, especializada no tratamento de diabete. A pessoa que sofre dessa doença produz pouca ou nenhuma insulina, o que impede as células do corpo de absorverem açúcar na quantidade necessária para o bom funcionamento do organismo. As conseqüências vão de uma magreza excessiva à aterosclerose (obstrução dos vasos sangüíneos) e, para evitá-las, muitos pacientes precisam receber injeções de insulina praticamente todos os dias.
A ciência ainda não descobriu exatamente por que os hormônios sexuais atrapalham as reações químicas que fazem a insulina digerir o açúcar no interior das células, mas pelo menos conseguiu fabricar anticoncepcionais que não interferem nesse processo. "Em baixas dosagens, esse efeito prejudicial dos hormônios sexuais é facilmente controlável, quando não imperceptível", diz Karla.
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