Luz: a nova vilã
Em junho, a República Checa proibiu toda iluminação externa que não for realmente necessária. Os checos deram um passo à frente num assunto que está começando a freqüentar as conversas dos ambientalistas: a poluição luminosa. Relegada a segundo plano durante décadas, só agora ela parece atrair a atenção de cientistas. Há poucas pesquisas a respeito, mas todas revelam efeitos nefastos do excesso de luz. "Os luminosos de hotéis e outros estabelecimentos nas praias têm causado a morte de muitos filhotes de tartarugas do mar", disse à revista americana Science News o biólogo Michael Salmon, da Universidade Atlântica da Flórida. Segundo ele, com a luminosidade as tartarugas recém-nascidas se confundem e passam a caminhar sem rumo, em vez de ir para o oceano. Com isso, muitas amanhecem na areia e morrem torradas pelo sol, devoradas por predadores ou atropeladas nas estradas do Estado. No caso das aves, uma experiência realizada pela Universidade de Clemson, na Carolina do Sul, sugeriu que algumas espécies perdem o senso de orientação em vôos noturnos quando há luzes avermelhadas à vista – como em antenas de TV. Um forte indício disso está num levantamento feito por um grupo ambientalista usando o Newell's shearwater – ave marinha prima do feiticeiro-do-mar, comum na costa brasileira. Nada menos que 10% da população morre em colisões com torres, antenas e prédios no Havaí. Pense nisso antes de acender a luz do quintal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário