As rolhas tradicionais são feitas com casca de árvore. Mas não de qualquer uma. Só o sobreiro – nativo da região mediterrânea – produz cortiça, a matéria-prima da rolha. É preciso que a árvore tenha no mínimo 40 anos para que se possa extrair a casca. Antes disso ela não é suficientemente resistente. De acordo com o engenheiro florestal João Santos, da Universidade de Lisboa, essa “colheita” só pode ser feita no verão, quando a casca está menos aderente ao tronco. “Em qualquer outro estágio é impossível removê-la”, diz.
Depois de retirada e cortada em forma de pranchas, a cortiça precisa descansar durante até seis meses, para depois ser lavada. O passo seguinte é cozinhá-la em água aquecida a 95 0C. Depois do banho, mais alguns dias de descanso e pronto: pode receber o corte na forma cilíndrica e ser chamada de rolha. A análise da dimensão, da porosidade e da umidade é feita por leitura óptica. Por fim, um processo manual retira peças defeituosas. “A cortiça que não passa no controle de qualidade é usada para fabricar desde peças para a indústria aeroespacial até guarda-chuvas”, afirma Carlos de Jesus, diretor da empresa portuguesa Corticeira Amorim, maior fabricante de rolhas do mundo.
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