27 junho 2010

Como acontece uma crise epilética?

Uma descarga elétrica entre neurônios mais duradoura que as habituais: a crise epilética sempre começa assim. O que acontece depois depende da área do cérebro atingida. Se a descarga se restringir à região responsável pela mão esquerda, por exemplo, a crise pode ser apenas uma sensação de formigamento nessa parte do corpo. A temida convulsão é apenas um dos tipos de crise. E a mais grave delas.
As descargas anormais só acontecem quando já existe algum problema no cérebro que facilita a superexcitação. A falha pode estar em neurônios que funcionam mal por causa de problemas genéticos, ou que não amadureceram direito, devido a problemas de má formação do córtex. Uma pancada forte na cabeça também é capaz de causar epilepsia. É que as novas ligações entre os neurônios, formadas durante a cicatrização, podem criar o cenário ideal para descargas incomuns.
Cirurgias são indicadas a cerca de 25% dos pacientes, explica Renato Marchetti, do Projeto de Epilepsia e Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na maioria dos casos, a doença não é curada, mas controlada com remédios e hábitos saudáveis, como evitar bebedeiras. O álcool até diminui a atividade cerebral, o que ajudaria a evitar as crises. Mas o problema vem com a conta do bar: quando você pára de beber, a atividade do cérebro volta a aumentar, favorecendo a ocorrência das descargas elétricas não habituais.

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